[INFOGRÁFICO] Dados do segmento automotivo durante a pandemia e após o isolamento social

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Dados do segmento automotivo durante a pandemia

O ano de 2020 foi bastante incomum para todas as indústrias – e para todos os seres humanos. No caso do segmento automotivo e seus dados, embora pesquisas comecem a esboçar um panorama mais otimista em relação às primeiras projeções feitas em março, pode-se considerar que o setor foi profundamente impactado pelos efeitos da pandemia da COVID-19.

Os meses iniciais da crise de saúde mundial, março, abril e maio, sentiram os efeitos do isolamento social somado às bruscas mudanças no próprio funcionamento das empresas. Esta conjuntura fez com que companhias precisassem, acima de tudo, apostar na adaptabilidade para permanecer e prosperar no mercado. 

Para isso, é importante mensurar e realizar análises dos dados do segmento. Nesse contexto, o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), realiza todo mês um estudo com 60 empresas associadas (36,2% do total de vendas do setor no Brasil). Desta pesquisa foi possível extrair alguns dados sobre o primeiro semestre de 2020: 

Dados dos setores

Análises

Pode-se perceber que o aftermarket e por consequência, o setor de autopeças foram, aparentemente, os menos afetados no período. Já conhecidos por seu poder de resiliência frente à recessões, em junho eles passaram a demonstrar sinais de recuperação. Ainda assim, esta foi a maior queda na demanda de aftermarket já vista em todo o mundo, justamente pelo lockdown.

Após o choque inicial, os últimos meses do primeiro semestre de 2020 apontaram índices um pouco mais animadores em relação ao setor de autopeças. Esse movimento corrobora o já previsto crescimento do setor, impulsionado pela crise econômica, visto que o segmento possui movimento naturalmente inverso ao da venda de automóveis novos. 

faturamento indústria autopeças

Certamente, isso se deve à avaliação rápida e a adoção de modelos de negócios mistos, com operações físicas e digitais, que garantiram rentabilidade para as empresas do setor, mesmo durante os piores momentos da crise.

Antes da pandemia, a transformação digital no varejo já era uma realidade tanto para consumidores de carros e autopeças como para indústria. No entanto, a aceleração digital vista neste ano foi algo incomum a qualquer outro período. Viu-se um movimento estratégico positivo de avanço em direção ao varejo online, em conformidade com mercados internacionais.

Inovações

Dentre algumas inovações durante a pandemia, pode-se citar como exemplos diversas montadoras (a Nissan, a Hyundai, a BMW) que iniciaram a venda em um canal digital, seja ele marketplace, redes sociais, e-commerce; ou fizeram lançamento de veículos de forma totalmente virtual.

As marcas de autopeças e componentes como a Bosch ingressaram em marketplaces como o Mercado Livre e na Amazon. A Bosch aposta assim em canais de abrangência internacional para expandir suas operações.

Outras questões como a mudança na forma de interação com o consumidor, inclusive no showroom, tendem a se manter, visando o menor contato físico e mais tecnologia.

A indústria automobilística já passava por um período de transformações nos âmbitos de inovação, controle de emissões veiculares e eficiência energética. Neste ano encontrou uma conjuntura ainda mais incerta e chegou até a atuar na produção e conserto de respiradores. 

Mesmo com o imenso esforço do segmento, de acordo com a ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) a previsão para o mercado brasileiro em 2020 é de retração em 40%, comparando-se ao ano de 2019. Estima-se que a receita da indústria de autopeças ficará 25% abaixo da de 2019 e as exportações do setor até o fim do ano, queda de 34%. 

Os fabricantes de veículos registraram em setembro aumento na produção de 4,4% em relação a agosto. Foram 220,2 mil unidades montadas, contra 210,9 mil no mês anterior. Entretanto, apesar do número ser o melhor do ano de 2020, na comparação histórica foi o pior mês desde setembro de 2016. Isso porque a produção nas montadoras ainda está se adequando às novas demandas e talvez ela não acompanhe o ritmo das vendas. 

Os números são preocupantes para o setor de automóveis leves no país? Bastante! Mas, vale lembrar que os dados do segmento automotivo demonstram melhora geral desde junho. 

Conforme o último relatório disponibilizado pelo Sindipeças, todos os segmentos registraram aumento dos negócios no início do segundo semestre: 

  • Montadoras apresentaram crescimento de vendas de 57,5%, 
  • A indústria de reposição registrou alta de 15,4% das receitas, 
  • As exportações tiveram incremento de 25,2% (em reais) e de 23,3% (em dólar).

Os dados sugerem muita cautela, mas também um olhar positivo em busca de novas oportunidades. Dentre elas, as oportunidades de emprego também vem crescendo a cada mês. 

geração de empregos

Apesar do grande impacto a curto e médio prazo, a tendência é que o mercado de reposição recupere-se mais rapidamente que as vendas de veículos 0 km. Então, a venda pode permanecer em queda por algum tempo decorrente da crise financeira e dos novos hábitos de consumo, como o mobility on demand

O aftermarket tende a ser beneficiado pelo atual aumento da idade média dos veículos (a frota brasileira de automóveis em circulação atingiu idade média próxima a 10 anos), o que significa mais reparos e manutenção.

No entanto, veículos usados para trabalho, como motocicletas, podem ver um incremento nas vendas. Essas vendas são fruto da preferência dos consumidores por serviços de entrega em domicílio e do alto índice de desemprego do país.

Indo além dos dados do segmento automotivo

Oportunidades como peças remanufaturadas, eletrificação das frotas e produção de veículos autônomos podem surgir, mas demandam do governo uma atuação incisiva na recuperação econômica.

Em conclusão, diante do recente avanço da transformação digital, impulsionado pelo isolamento social, é possível presumir um terreno ainda fértil para o mercado brasileiro, mas que precisa ser preparado. Para se destacar, mais do que nunca serão necessárias: visão estratégica, analítica e soluções tecnológicas de qualidade.

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