Hoje, nossa série de entrevistas com profissionais inovadores do setor de tecnologia é sobre Omnichannel. Conversamos com Fabíola Paes que é especialista em tecnologias de varejo e você confere tudo abaixo.
Vale a pena prestar atenção em todas as dicas!
De acordo com a sua experiência, quais os primeiros passos para o varejo ingressar no omnichannel?
Dentro de uma operação omnichannel, primeiro é essencial que o varejista conheça seus canais de venda online (e-commerce, aplicativo, chatbots, por exemplo) e offline (lojas físicas). Depois, quais sistemas deseja integrar (ERP loja física, gateways e plataformas de e-commerce).
A partir disso, é necessário eliminar todas as barreiras que possam interferir na jornada de compra omichannel. Deve-se centralizar o consumidor em todas as estratégias e processos acerca da união online e offline.
Por exemplo, se um varejista integra o aplicativo com 10 lojas físicas é preciso coordenar o time de vendedores em cada loja para atender clientes omni que fazem a compra online e optam por retirar na loja.
“No varejo, é preciso pensar no processo como um todo desde a implantação do projeto até o pós lançamento, divulgando todas as modalidades, vantagens e funcionalidades de ter canais de venda integrados.“
Qual o perfil dos novos consumidores depois da aceleração digital, uma das consequências da pandemia?
Em meio a pandemia, grande parte dos consumidores migraram para o online. Uma vez que, com o isolamento social, as lojas físicas fechadas impactaram nas vendas.
Certamente, para buscar uma nova alternativa para amenizar os danos financeiros muitos varejistas que antes ponderavam, hoje estão abrindo os olhos para a tecnologia omnichannel. Mais que isso, buscando a ferramenta certa para sustentar seu negócio em meio ao cenário atual.
De acordo com o estudo Novos hábitos digitais em tempos de Covid-19, realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com a Toluna, com o isolamento social e a mudança no comportamento dos consumidores brasileiros, as compras online
cresceram 61%.
Mas também as lojas físicas estão se adaptando para esses novos consumidores. Elas irão além das medidas de saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como, por exemplo, álcool em gel, uso obrigatório de máscara e limitação de clientes dentro da loja.
“A pandemia veio para acelerar o processo de digitalização do varejo e, por consequência, gerou consumidores mais engajados com lojas online, aplicativos, redes sociais e todo tipo de conteúdo digital que a marca possa oferecer.“
Como o perfil do consumidor pode ser analisado a partir das novas tecnologias aplicadas ao varejo?
É muito importante conhecer a jornada de comportamento e interesses do consumidor de forma completa uma vez que isso pode minimizar o atrito de compra.
Por meio da integração dos canais é possível levantar uma série de informações sobre o comportamento do consumidor assim como estimular ações que o tragam para a loja física.
Seja para ele viver uma experiência em loja, seja para buscar um desconto único do PDV, seja para retirar o produto sem taxas e num breve espaço de tempo.
Entretanto, também é possível aliar outras tecnologias como Scan Go, Realidade Virtual e Aumentada para aproximar os consumidores de uma boa experiência integrada.
Quais as principais tecnologias veremos aplicadas ao varejo nos próximos meses para tornar integrado canais físicos e digitais?
Existem muitas ferramentas capazes de aproximar físico e digital, mas sem dúvidas os aplicativos têm ganhado muito destaque pela sua praticidade.
Certamente, há diversas funcionalidades. Esse novo canal de venda mobile apresenta vantagens, como:
- maior praticidade para o usuário,
- experiência de compra positiva e integrada,
- ofertas personalizadas,
- recebimento de pushes notifications com cupons de desconto e novidades,
- digitalização das vendas e, muitas outras.
Além disso, para varejistas que precisam iniciar um novo projeto e começar a vender online, os aplicativos são boas opções pelo curto tempo de desenvolvimento.
Empresas que aplicaram boas estratégias omnichannel durante os últimos meses
Para grandes varejistas como a Magazine Luiza o faturamento agora depende das vendas online. A estratégia foi acelerar o processo de abertura da plataforma para que lojistas pequenos pudessem vender sem gastar com frete e infraestrutura.
Assim como Casas Bahia e o Ponto Frio. Eles também avistaram esse cenário e estão apostando no trabalho remoto dos vendedores que, por sua vez, são comissionados pelas vendas online.
Em resumo, a estratégia foi o compartilhamento de sugestões de produtos para os clientes via WhatsApp ou redes sociais.

Fabíola Paes
LinkedIn | Co Founder da Neomode
Fabíola Paes, 36 anos, especialista em varejo e fundadora da Neomode – uma empresa que conecta os canais de vendas online no PDV das lojas e gateways de pagamento, permitindo o clique e retire em tempo real-, professora da ESPM e no MBA de Varejo e Mercado na USP/Esalq. É Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia Omnichannel para o Varejo pela Universidade Federal do Paraná (2016).
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